As origens do Terreiro do Gantois vêm do início do século XIX, quando escravas libertas fundaram o primeiro Terreiro Nagô do Brasil, que se chamou Ilê Axé Airá Intile, no bairro Barroquinha em Salvador-BA. Neste Ilê Axé, a mãe-de-santo Iyá Nassô veio iniciar na religião dos orisás. D. Maria Júlia da Conceição Nazareth, a fundadora do Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê : o Terreiro do Gantois. As terras onde esse templo seria edificado foram compradas do francês Sr. Gantois, pelo cônjuge de Maria Júlia, o africano Francisco Nazareth de Eta. Mãe Maria Júlia faleceu em 1910. Para continuar seu trabalho os orixás escolheram sua filha, Pulchéria Maria da Conceição, que chegou a ser conhecida na época como "Pulchéria, a grande", por causa de sua altivez e suas atitudes enérgicas. Ela faleceu em 1918 e o terreiro do Gantois passou a ser dirigido, por cerca de quatro anos, por Jacinto Marciano Nazareth, seu irmão. Em 1922, a sobrinha de Mãe Pulchéria, Maria Escolástica da Conceição Nazareth -- Mãe Menininha -, foi escolhida para assumir as funções de Iyalorixá do Terreiro. Por sua solidariedade, sabedoria, bondade e energia, Mãe Menininha do Gantois foi o mito da história desta religião. Inúmeras foram (e ainda são) as justas homenagens prestadas a essa deusa, que levou ao mundo inteiro a cultura de seus antepassados. Depois de Mãe Menininha, falecida em 13 de agosto de 1986, assumiu a direção do Terreiro do Gantois Cleusa Millet, sua filha mais velha. A missão de continuar o trabalho de um mito foi uma grandiosa tarefa para a Iyalorixá, que realizou ainda mais obras civis e sociais, engrandecendo a história dessa casa. Mãe Cleusa passou para o mundo do Orum recentemente, em 18 de outubro de 1998. Desde então o Gantois vem cumprindo o de luto de três anos. Durante este período, várias atividades sociais e religiosas da casa têm permanecido suspensas, principalmente as cerimônias abertas ao público. Só depois deste tempo é que a casa, que fica no Alto do Gantois, no bairro da Federação, em Salvador, Bahia, voltará a realizar todas as suas funções.
Texto por:Zeno Millet ●retirado da página Orixás e seus mistérios, no Facebook.. .