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Texto: A Umbanda Esquecida
Umbanda
Publicado em 08/09/2019

 

Antigamente, luxo era menos e simplicidade era mais.

A festa de Exu era ritual e não um desfile de superfluosidades.

A gira dos Malandros não era um concurso de samba.

Os Pretos Velhos davam seus conselhos, davam passes e auxiliavam seus filhos, não vinham só por vir.

Ser um médium pobre não era motivos para sentir vergonha.

Usava-se Zelador, Zeladora, Dirigente Espiritual... mas hoje isso é sinônimo de pequeno, pouco...

Os médiuns iam no terreiro cumprir seu papel e honrar seu compromisso... hoje o prazer da paquera e da fofoca é essencial.

Tinha reunião para resolver as diferenças... hoje nem isso.

Antes era diálogo, hoje monólogo.

As mulheres não eram desrespeitadas e diminuídas.

Os homens pegavam no pesado sem pestanejar.

Todos louvavam os Orixás nos pontos com consciência de que quem respondia eram os falangeiros.

Opção sexual não era crachá e nem motivo de destaque ou apaziguamento como médium de Umbanda. 

Você se sentia importante e útil no seu centro, hoje você é tratado como acessório.

Se camboneava por amor aos guias, hoje o médium não serve e nem auxilia... não é obrigação dele mesmo.

Os ensinamentos do guia que estava falando eram ouvidos e assimilados com muitas atenção, hoje a vida alheia é mais interessante ser explanada.

A leitura como aprendizagem tinha valor, hoje ninguém quer ler livro: olha no Google.

Perguntava-se as coisas pro seu Zelador, hoje até um estranho sabe mais que ele.

O sincretismo como herança sagrada dos antepassados não era desrespeitado, hoje querem tirar o sagrado na marra.

O terreiro alheio era respeitado, hoje "a minha casa é melhor que a casa tal", ninguém elogia a casa tal porque a minha é melhor!

Não tinha ganância, não tinha ego, não tinha disputa! As pessoas só queriam fazer sua parte.

Antes era humildade e abnegação, hoje é trabalho, emprego, pensando no que se vai ganhar fazendo as coisas,

Axé

Um Saravá fraterno.

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