Filmes sobre Candomblé e Umbanda existem a bom tempo, na verdade podemos dizer que atualmente há poucos filmes ou documentários sobre o assunto e antigamente, haviam mais. Não por ter se esgotado o assunto: impossível se esgotar quando o assunto é a cultura afro religiosa. Atualmente tem se o Documentário – Eu, Oxum – Leia Sobre Aqui!
Em outra postagem falei sobre os bons livros sobre o Candomblé – 7 Livros Sobre Candomblé Que Você Tem Que Ler. Muito bom por sinal o feedback que obtive de pessoas que realmente buscavam aprender mais sobre a religião.
Listei aqui alguns filmes e documentário sobre o Candomblé, Umbanda e Cultura Afro Religiosa em Geral. Claro, há outros por ai, às vezes faltando uma boa divulgação. Não somos responsáveis pelos canais onde se encontram os vídeos, por isso, podem sair do ar por algum motivo caso esteja lendo esta postagem muito tempo depois.
Lembrando também que nem todos os filmes falam diretamente sobre o Candomblé, mas a religião está inserida no contexto.
Lista de Filmes e Documentários Sobre Candomblé e Umbanda:
Este documentário não figura aqui na posição 01 por qualidade ou conteúdo. Na verdade, as posições que estarei colocando não indicam nada. Apenas uma organização em lista.
“O documentário “Eu, Oxum” , dirigido e roteirizado por Héloa e sua mãe Martha Sales, conta a sua história e sua relação com o orixá Oxum, e com outras cinco mulheres “filhas” do mesmo orixá, incluindo a Yalorixá Maria José de Santana, responsável pelo “Ilê Axé Omin Mafé, mais conhecida como “Mãe Bequinha”, que, também conta sua história, como a mais antiga “filha de Oxum” do município de Riachuelo, localizado na região do Vale do Cotinguiba-SE.
São 25 minutos de uma narrativa de imagens e memórias do processo individual e diferenciado de cada uma dessas mulheres, em idade, tempo de inserção na religião, relações de parentesco e as funções que ocupam dentro desse espaço sagrado, onde Héloa imergiu e se encontrou em sua busca de espiritualidade, força ancestral, e reafirmação da mulher negra, sergipana em uma caminhada religiosa e ancestral.
O filme possui a trilha sonora assinada por Vinícius Bigjohn e Klaus Sena, com canções dedicadas ao Orixá Oxum por artistas contemporâneos a Héloa, trazendo o retrato do sagrado feminino personificado na figura do orixá Oxum e a natureza dos rios e mares, baseada na imagética, arquétipo, características e elementos da natureza, da simplicidade estonteante do lugar representado no filme.”
Filme bem antigo, dos anos 60. Teve como direção José Hipolito Trigueirinho Neto. A trama gira em torno de um grupo de amigos inconformados com o marasmo e a vida monótona da capital baiana, na época da ditadura de Getúlio Vargas.
Tonho, um jovem rejeitado pelos pais que vive de pequenos furtos no porto de Salvador, vive conflitos sociais, políticos e religiosos. Sua amante inglesa quer afastá-lo dos companheiros, mas ele se envolve num atrito entre grevistas e a polícia, terminando por roubar a amante para ajudar os perseguidos. Insatisfeita, ela o denuncia, comprometendo-o politicamente. Ele é preso e, quando volta para a família, seu drama permanece.
Com certeza um dos mais envolventes do filmes. Particularmente gosto muito. Trama muito bem amarrada e com gostinho de quero mais.
Jardim das Folhas Sagradas conta a história de Bonfim, negro baiano que tem sua vida virada pelo avesso com a revelação de que precisa abrir um terreiro de candomblé. Com os espaços disponíveis cada vez mais raros, ele acaba procurando um lugar na periferia empobrecida e degradada. Afastado da tradição e questionando fundamentos como o sacrifício de animais, Bonfim cria um terreiro modernizado e descaracterizado, o que lhe trará graves conseqüências.
Numa época em que o crescimento urbano acelerado e a favelização transformam as cidades em espaços cada vez menos habitáveis, o candomblé, religião ancestral trazida pelos escravos africanos, tem uma grande lição de convívio e preservação da natureza a oferecer. A Bonfim e a toda cidade de Salvador.
Documentário musical sobre a Cultura Afro Brasileira, cuja estrutura narrativa se traduz por um jogo de búzios, onde nossa protagonista Ana (Taís Araújo) chega atraída pelo “chamado do tambor” em busca de seu auto- conhecimento e seu caminho.
Pela estrada da percussão nas locações de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, Ana encontra diferentes ritmos, grupos musicais e coreográficos, experienciando sua integração na sociedade brasileira. O material filmado em Angola, África, onde no séc. XVII viveu e reinou a Rainha Nzinga, guerreira famosa, cujo nome serve de batismo à protagonista do filme, é uma referência e ilustra o passado da história do negro no Brasil.
Casa de Santo, documentário dirigido por Antonio Pastori, traz como tema chave esta influência a partir dos rituais desses terreiros de Candomblé, preservados pelo povo negro que acredita na força de sua religião. As quatro nações da religiosidade de matriz africana estão retratadas com fidelidade e emoção.
O filme percorre os principais terreiros das nações Jeje, Ketu e Angola e registra uma Festa de Caboclo, onde a raiz africana se mistura a influências indígenas e européias. Uma engenhosa tradução da diversidade étnica e cultural desta região da Bahia. O filme tem cenas inéditas de rituais que nunca haviam sido mostradas de forma tão fiel, em uma reconstituição histórica.
Terreiros que não haviam aberto as portas mesmo para os fotógrafos, deram licença para as câmeras deste documentário que mostra como os segmentos de cada nação são diferenciados pelo dialeto utilizado nos rituais, a liturgia e o toque dos atabaques.
É em Casa de Santo que Pastori documenta pela primeira vez, o Terreiro do Pinho, que segue os preceitos Jeje e foi fundado em 25 de dezembro de 1658 numa área que hoje pertence ao município de Maragojipe, a 133 km de Salvador. A equipe pôde registrar o lugar onde fica o que pode ser o terreiro mais antigo do Brasil, de linhagem Jeje – o que muda a forma de contar a história da diáspora africana.
O filme está na lista editada pelo Jornal da PUC-Campinas como um dos registros indicados para entender as relações raciais. (realizado em 2005)
Documentário simples com entrevista/ depoimentos onde as pessoas falam de suas experiência com a religião da Umbanda.
“Quando descobrimos o motivo de estar onde estamos e de ser o que realmente somos, nossa vida muda. A percepção das vivências, os sabores que experimentamos no paladar, o significado da natureza e das cores, tudo fica mais intenso.
Muitos falam e definem o que é a Umbanda. Uns dizem que é coisa do Diabo. Outros, que é a religião mais linda que existe na Terra. Venho pensando a muito tempo sobre isso, até que surgiu uma indagação: Por que estou na Umbanda?
Não consegui responder de imediato. Pensei então, por que outros irmãos estão na Umbanda? É preciso dedicação, disciplina, fundamento e amor, muito amor. Salve a Umbanda. Saravá o povo de Branco. Saravá!”
Termina Aqui?
Absolutamente não. Há alguns clássicos como “Pierre Verger – Mensageiro de Dois Mundos” que com certeza emociona muitas pessoas pelo conteúdo, imagens, depoimentos. Há documentário sobre a saudosa Gisèle Omindarewa... enfim, há outros e não queria deixá-lo perdidos em tantas opções!
O que importa é a mensagem de que sim temos uma cultura forte, presente em livros, filmes e documentário. Não tenha vergonha da sua fé. Seja de Àse e mostre que é.
FONTE: http://educayoruba.com/6-filmes-sobre-candomble-que-voce-tem-que-assistir/