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Terreiros de umbanda e candomblé serão legalizados em mutirão no RJ
Sociedade
Publicado em 24/10/2016

Há uma energia conectando os terreiros de umbanda e candomblé da região. Uma vontade que está levando os espaços à luz da legalidade. E os religiosos e seus orixás não estão sozinhos nisso: a Alerj, a Defensoria Pública e a UFF se reuniram em torno da missão de documentar todas as mais de mil casas de Niterói e São Gonçalo. Os processos serão realizados gratuitamente.

— Os benefícios vão além do desconto no IPTU. Você fica amparado em situações de violência, por exemplo, e tem fixado seus direitos e deveres bem claros. Além de fortificar a religião, fazendo parte das estatísticas — enumera o babalorixá Bira T’Omolu, que tem barracão no Jardim Catarina há 30 anos, legalizado em 2010.

 

Bira do Omolu, do terreiro Egbe Ilê Axé Baba Oluwaiye
Bira do Omolu, do terreiro Egbe Ilê Axé Baba Oluwaiye Foto: Thiago Freitas / Extra

 

A missão é antiga. Bira já fala da necessidade de apoiar os terreiros desde 2006, em parte pela própria experiência. Mas foi um filho de santo dele, o babalorixá Cristiano D’Oxóssi, que começou a gastar a sola do sapato.

— Comecei a percorrer diversas casas reunindo documentação, em 2010. Muitos terreiros são em fundo de quintal, barracões escondidos. Então o trabalho ainda não acabou — diz Cristiano, que tem terreiro no Fonseca, em Niterói.

A materialização do trabalho, no entanto, só está acontecendo agora. A primeira de uma série de reuniões para formalizar o processo aconteceu no último dia 28. A segunda será na próxima quarta-feira, na sede da Defensoria Pública, no Centro do Rio.

— A legalização não resolve tudo, mas, na ilegalidade, ficam mais vulneráveis — diz o deputado Carlos Minc, presidente da Comissão de Combate às Discriminações.

Só 11 são registrados

Para inscrever um terreiro, o interessado precisa fazer contato com Cristiano D’Oxóssi pelo telefone 96413-2818. É preciso entregar cópias de identidade, CPF e comprovante de residência de todos os membros da diretoria. Lá, o terreiro ganhará um estatuto, que é o primeiro passo para a legalização. O serviço também é gratuito.

 

Uma das reuniões do projeto Terreiro Legal
Uma das reuniões do projeto Terreiro Legal Foto: Divulgação

 

A iniciativa que envolve a Alerj, no entanto, não é a única. O projeto Terreiro Legal, lançado em 2014, em São Gonçalo, também luta pela regularização dos templos de religiões de raízes afro.

 

Jussara de Yemonja e Gilmar de Oya
Jussara de Yemonja e Gilmar de Oya Foto: Divulgação

 

— A intenção é capacitar as casas em questões jurídicas. Enfrentamos preconceito até em cartórios em São Gonçalo, além da burocracia. Hoje, registradas, temos apenas 11 casas em São Gonçalo — afirma o pai Gilmar de Oya, coordenador do projeto.



Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/terreiros-de-umbanda-candomble-serao-legalizados-em-mutirao-20316358.html#ixzz4O3MejJoi

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